É possível deduzir duas vertentes da arte abstrata a partir da observação da presença de formas geométricas ou de formas orgânicas. O primeiro caso remonta ao construtivismo e ao suprematismo russos, o segundo tem entre seus nomes fundadores Hilma af Klint – pintora cuja obra foi descoberta recentemente.

Na produção de Tuneu há abstração geométrica. Em trabalhos nos quais figuram hexágonos, quadrados e linhas em tons de vermelho, azul, amarelo e branco, o artista investiga o movimento, a interação entre as cores, o espaço e a profundidade.

Os trabalhos de Célia Euvaldo são de uma abstração gestual. As formas quase geométricas sustentam uma tensão com sua organicidade. Ela investiga as relações entre os movimentos do corpo e a matéria. O caminho percorrido pelo pincel é sempre evidente e mostra as resistências e colaborações entre a tinta e os gestos da artista.

A arquiteta italiana Lina Bo Bardi foi responsável por projetos como o MASP e a reforma da sede do Gabinete de Arte Raquel Arnaud na década de 1980. Seus projetos frequentemente trabalham com formas abstratas e deixam o material de construção evidente, sem acabamento de cobertura – essas duas características da arte moderna são visíveis no prédio do Sesc Pompeia, adaptado de uma antiga fábrica.

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texto de Caio Bonifacio (2022)