tuneu | hexacordo
02 fev - 25 mar_2017
Para abrir o calendário de 2017, a Galeria Raquel Arnaud apresenta uma grande exposição individual de Tuneu que marca seus 50 anos de carreira. O artista escolheu o título Hexacordo, termo que vem da música e define uma série diatônica de seis tons consecutivos da escala fundamental, para a mostra que traz seus trabalhos mais recentes e ainda inéditos do público. Com curadoria de Caroline Menezes a exposição conta com cerca de 20 pinturas sobre tela e papel, além de objetos escultóricos, suporte com o qual o artista não trabalhava desde o início da década de 70. Todas as obras emergem da figura do hexágono e podem ser compreendidas como um desdobramento do que Tuneu vinha produzindo ao longo dos últimos anos, que é a busca pela síntese da forma.
No caso dos desenhos, as figuras hexagonais são fechadas na cor, sem os brancos inseridos no meio, como nos trabalhos apresentados em sua última exposição na galeria, em 2013, quando optou pela aquarela aplicada sobre o papel Arches, criando espaços internos vazios, sobrepondo finas camadas aguadas de cores. A quebra aqui só acontece quando surgem linhas brancas inseridas nos blocos de cor, que ora seguem o desenho, ora quebram o padrão hexagonal. Segundo o artista, essa nova série se aproxima mais da pintura do que do desenho, principalmente pela potência cromática imposta pela tinta acrílica.
Para os objetos produzidos em aço corten, na sua cor original, Tuneu usa um recurso que vem da tradição construtiva dos anos 50, o corte e dobra, que tem Luiz Sacilotto e Amilcar de Castro como mestres. O artista realizou inúmeros estudos dessa técnica com o hexágono até alcançar as quatro esculturas agora apresentadas.