mudança de jogo
25 set - 19 nov_2014
Em Mudança de Jogo / Game Change, Frida Baranek usa a memória de situações e objetos como ponto de partida para o desenvolvimento das oito esculturas reunidas na exposição. A artista evoca lembranças de infância, os jogos de varetas de madeira coloridas e o bambolê, para criar as duas séries inéditas.
Sobre esses trabalhos, o crítico e professor de história da arte Roberto Conduru ressalta que, como em outras de suas obras, Baranek parte de objetos do mundo, no caso o bambolê e o jogo Pega Varetas, rememorando brincadeiras infantis. “Vazios e buracos, permeabilidades e articulações também sugerem possibilidades de manipulação e rearranjo das peças”, afirma.
A artista escolheu o vidro como material para realizar as novas esculturas. No caso das varetas, manteve as 22 do jogo original, usando as mesmas cores e alterando o tamanho, tendo cada uma um metro de comprimento. A fragilidade do vidro revela a necessidade das varetas estarem sempre relacionadas a outros materiais (couro, feltro, borracha, pó de mármore e corda de sisal), criando uma situação especifica de posicionamento e, ao mesmo tempo, uma infinitude de possibilidades de combinação. “Cada jogo está “acoplado” a um outro material, o que amplia a questão relacional. É nessa relação que se faz a obra, o sentido, a experiência, a memória e o tempo”, diz a artista.
É o que aponta também Roberto Conduru: “O maior signo de mudança é a indeterminação morfológica das esculturas. Até aqui, algumas de suas peças podiam assumir configurações diferentes ao serem remontadas. As obras desta série não estão definitivamente conformadas pela artista, podendo ser reestruturadas quase infinitamente de acordo com os elementos e as regras por ela estabelecidos”, completa o crítico.