modus operandi_ carlos nunes

05 jun - 03 ago _ 2013

modus operandi_ carlos nunes

Esta exposição inaugura a presença de Carlos Nunes (São Paulo, 1969) no elenco da Galeria Raquel Arnaud. O artista egresso do Ateliê Fidalga destaca-se por um trabalho que se desenvolve na metalinguagem da arte, na investigação obstinada de seus processos e suportes. Com a sensibilidade do artista e a curiosidade do cientista, Nunes tem um modus operandi muito particular. Interessam-lhe as possibilidades infinitas que o mesmo processo pode abrir, como ao esgotar a cor de uma caneta ou de um crayon sobre uma folha de papel, ou gastar uma caixa de pastel seco variando uma cor sobre a outra numa área circunscrita.

Nesta exposição estão reunidos trabalhos que demonstram a particular forma de Nunes explorar o mundo, a sua devoção sobre a mecânica do desenho e o comportamento de materiais, mesclando experimentos ora por processos por ele totalmente conduzidos, ora com resultados revelados pelo acaso, quando, por exemplo, a música pode criar um desenho. A série “Possibilidades escultóricas de uma natureza morta-2”, que reúne 175 fotografias formando um único trabalho, os cerca de 20 desenhos da série “Deslocamentos”, as fotos e vídeos da série “Esculturas com matérias instáveis/ovos” e uma instalação integram a mostra, que é acompanhada de um livro sobre a obra do artista com textos de Jacopo Crivelli Visconti.

Segundo Crivelli Visconti, no âmago da produção de Nunes existe um jeito de conceber e realizar as obras que o aproxima do universo científico, como se cada desenho escultura ou instalação fosse, em realidade, uma experiência a ser verificada empiricamente, ou um teorema a ser demonstrado. Ao olhar o mundo, Nunes vê todos os objetos como suportes que, quando combinados com outros podem abrir possibilidades escultóricas.

Formado em Artes Plásticas pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap, São Paulo) estudou também na Saint Martin School of Arts de Londres. Em 2005 mudou-se para Buenos Aires, onde viveu e trabalhou por três anos. Em 2008 voltou a viver em São Paulo. Entre suas individuais destacam-se as exposições “Triunfo das cores, amor e música, sobre os maldosos azuis” (Centro de Cultura Britânica, São Paulo, 2010; Prêmio Cultura Inglesa), “Até o fim” (MAC Curitiba, 2009) e “Amarelo” (Espaço Laika, São Paulo, 2011). Também participou das coletivas “Abre Alas” (Galeria a Gentil Carioca, 2012), “Fidalga no Paço” (Paço das Artes, 2010), “Entre Tempos” (Carpe diem, Lisboa, 2009), “Em torno de” (Funarte, São Paulo, 2009) e “Paralela” (Centro Cultural Borges, Buenos Aires, Argentina, 2007).