a matéria da cor
04 abr - 27 mai_ 2017
Paralelamente à inauguração da SP-Arte, a Galeria Raquel Arnaud apresenta A Matéria da Cor, coletiva na qual a cor é a protagonista. Segundo Franck Marlot, curador da exposição, na história da pintura a cor sempre foi intimamente associada à forma e inúmeros movimentos artísticos deram prioridade a uma ou a outra. A exposição, que abre ao público no dia 03 de abril, durante o evento Gallery Night, convida o público a olhar para treze artistas que fizeram da cor a sua pesquisa principal.
Nomes históricos selecionados por Marlot formam os pilares da exposição. É o caso de Josef Albers, presente na mostra com duas grandes serigrafias, Homenagem ao Quadrado. A série icônica de como a cor pode ser em si um projeto artístico marca as experiências de interações cromáticas, suas transparências e interdependências desenvolvidas por Albers ao longo de sua vida. Yves Klein, com o seu patenteado azul IKB, intenso e inconfundível, também se enquadra nesse grupo. Segundo o curador, em A Terra Azul, obra manifesto criada pelo artista em 1957, “a cor cobre o globo terrestre como um Monocromo, esvaziando sua função como objeto”. A também francesa Sonia Delaunay, que, por meio do Orfismo, movimento dissidente do Cubismo, pregava uma nova linguagem luminosa baseada em experiências visuais desenvolvidas pela observação da luz solar, completa este núcleo.
Do elenco da galeria participam Arthur Luiz Piza, com um conjunto de suas inconfundíveis peças de metal coloridas; Carlos Cruz-Diez, com Transcromia (1981) instalação histórica provocadora de sentidos ao propor uma imersão total na cor; Carlos Nunes, que pinta uma parede da galeria com gemas de ovo, proposta que faz parte de uma série de amostras de cores feita a partir de produtos alimentares do cotidiano; Carlos Fajardo, que, com a escultura Neutro (1966), explora a forma e a cor pela diversidade dos materiais; Waltercio Caldas, artista que, como afirma Malet, “tem prazer em seduzir o olhar do espectador com a cor como primeira abordagem sensível da obra”; e Wolfram Ullrich, com um de seus relevos tridimensionais, esculturas de parede da fase mais recente – objetos de aço recortados e cobertos por cores vivas e intensas. Completam a exposição obras de Herbert Hamak, Raúl Diaz Reyes, Renato Bezerra de Mello e Vincent Beaurin.