Obras disponíveis
carlos cruz-diez_physichromie nº 2.173_1986
carlos cruz-diez_grafica color adtivo rosmira_2011
carlos cruz – diez _couleur additive_1981
Biografia
caracas_ venezuela_ 1923-2019
Em seus primeiros anos de formação, na Venezuela, Carlos Cruz-Diez já questionava o predomínio da arte pictórica elaborada com cores aplicadas por um pincel sobre uma tela. Essa inquietação desencadeou uma série de pesquisas sobre a cor, entendida pelo artista como um fenômeno desvinculado de uma forma fixa, sujeito à percepção visual e à incidência da luz, portanto, impregnado de uma condição mutante. Nos anos seguintes, passou a materializar suas investigações e classificá-las de acordo com o tipo de fenômeno, dando origem às séries: Cor Aditiva, Physicromia, Indução Cromática, Cromointerferência, Transcromia, Cromossaturação, Cromoscópio e Cor no Espaço. Além disso, desenvolveu obras públicas e integradas a projetos de arquitetura, explorando o caráter transitório da cor e suas variadas possibilidades de uso e, ao mesmo tempo, reforçando o papel fundamental do público na percepção das obras e convidando-o a um despertar fenomenológico fora dos espaços dos museus.
Considerado um dos principais expoentes da arte contemporânea, notadamente do movimento cinético, Carlos Cruz-Diez começou seus estudos na Escuela de Bellas Artes de Caracas, na década de 1940, onde formou-se professor. Nos anos seguintes, atuou também como ilustrador de publicações e diretor artístico de publicidade, além de dar prosseguimento a suas pesquisas como artista. Em 1960, mudou-se definitivamente para Paris, cidade que o acolheu durante a maior parte de sua vida.
Cruz-Diez realizou sua primeira exposição individual no Instituto Venezolano-Americano, em 1947. Participou de exposições eminentes da história da arte, como “The Responsive Eye”, no Museum of Modern Art (EUA, 1965) e “Lumière et mouvement”, no Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris (França, 1967). Criou obras públicas para o Museum of Fine Arts (EUA); Museo Jesus Soto (Venezuela); estação ferroviária Saint-Quentin-en-Yvelines (França); Museo de Arte Moderno (Colômbia), entre outros. No Brasil, suas obras estão no acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A Galeria Raquel Arnaud representa Cruz-Diez desde 1983, e apresentou obras inéditas do artista nas exposições “Cruz-Diez: A Cor no Espaço”, em 2007, e “Cruz-Diez: circunstância e ambiguidade da cor”, em 2012.
Exposições
carlos cruz-diez_a cor no espaço
22 mai_2006 - 28 jul_2006
carlos cruz-diez_fisiocromias
02 jun_1987 - 03 jul_1987
carlos cruz-diez
23 jun - 12 set_ 2012
Textos
O ‘suporte estático na pintura’, enquanto conceito, tem acompanhado a expressão plástica através dos séculos. Foi a solução imaginada pelo homem para deter o tempo e registrar a natureza efêmera de um instante. A pintura sobre o plano é, portanto, símbolo de permanência e eternidade.
As “Cores Aditivas” e as “Induções Cromáticas” propõem outra solução, uma que integra a noção de tempo e espaço reais ao ‘plano estático’. Nessas obras se produz um acontecimento cromático que evolui continuamente com a movimentação do espectador e com a mudança da luz, em contradição com a natureza e os cânones do espaço pictórico tradicional.
São obras planas e estáticas que evoluem e se modificam em uma dialética de espaço e tempo entre o espectador e a obra, evidenciando a ambiguidade da cor, que se cria e evolui fora do suporte pintado.
Eu trabalho no limite da ‘visão normal’, não para causar ‘efeitos’. Busco pôr em evidência circunstâncias inéditas – mas reais – da visão, com o propósito de estabelecer outra relação de conhecimento.
A linha não é um elemento estético, é o meio mais eficaz que eu pude encontrar para multiplicar as zonas críticas de visão entre dois planos de cor, com o objetivo de gerar gamas de cor novas e instáveis.