Obras disponíveis

Biografia

rio de janeiro_ rj_ 1952_ vive e trabalha em genebra, suíça

www.maria-carmenperlingeiro.com

Para Maria-Carmen Perlingeiro, artista conhecida pelo delicado e rigoroso trabalho em pedra, a escultura não se constitui apenas por seu sentido e sua beleza, mas também pelas irradiações que se desprendem do objeto tridimensional. Tais irradiações ficam visíveis, principalmente, nos trabalhos feitos com alabastro, uma pedra originária da região de Toscana que carrega características peculiares, como a translucidez sutilmente opaca e a relativa maciez, que faz dele a matéria ideal para a junção dos principais interesses de Perlingeiro: a pedra e a luz. Ao juntar folhas de ouro ou outros elementos do mundo mineral ou animal às incisões, cortes e buracos da pedra, a artista cria atmosferas de luminosidade única, onde os reflexos parecem amalgamar dentro e fora, pedra e luz.

Maria-Carmen Perlingeiro estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e graduou-se na École Supérieure d’Art Visuel, em Genebra, Suíça, onde mais tarde veio a lecionar. Na década de 1980, mudou-se para Nova York, onde estudou no Pratt Institute e na Art Students League. Ao visitar o ateliê de Sergio Camargo, em Carrara, na Itália, apaixonou-se pela densidade, resistência e peso do mármore. Na década de 1990, conheceu o alabastro, em Volterra, na Toscana, que passou a ser sua matéria-prima principal. 

Na década de 90, ganhou o prêmio do Banco Darier Hentsch & Cie, em Genebra. Em 2000 recebeu o 1º Prêmio no concurso “Lausanne Jardins 2000”, com o projeto paisagístico “As Lanças de Uccello”. Participou de exposições no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2006); Espace Topographie de l’Art (França, 2007); Pinacoteca e Museo Civico (Itália, 2008); LX Factory (Portugal, 2009); Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2012); Bienal de São Paulo (1975 e 1977), entre outras. É representada pela Galeria Raquel Arnaud desde 1994.

 

currículo

Exposições

Textos

Pelo título de sua exposição, Luz e Pedra, Maria-Carmen Perlingeiro já afirma que, a seu ver, esculpir é não apenas criar um objeto tridimensional, carregado de sentido e beleza, mas também uma irradiação que se desprende desse objeto, ou de sua multiplicação, e que altera a luz do ambiente. Que o arranca daquilo que esperávamos ver. Dessa forma, em pleno século XXI, a artista mantém uma tradição e ao mesmo tempo renova os primeiros traços das esculturas, das montagens em três dimensões que chegaram até nós, como o crânio de urso disposto na Gruta de Chauvet sobre blocos de pedras, dos quais se eleva um plano horizontal, uma base em que ele se destaca, adquirindo o valor de uma peça religiosa.

A mesma preocupação com a continuidade das origens se revela na escolha dos alabastros, esculpidos desde o neolítico, mas que Maria-Carmen Perlingeiro sabe iluminar por meio de gravações em ouro. Aos quais ela acrescenta a selenita e seus cristais transparentes. Ɂ num duplo diálogo com o espaço que ela nos introduz: no das esculturas propriamente dito, com o brilho de suas formas e a surpresa das incrustações; mas tambeém naquele que ela compõe ao relacionar as peças entre si, ou ao multiplicá-las, a fim de criar um campo de visão renovado, feito para surpreender nosso olhar. De fato, essa multiplicação perturba a ordem que esperávamos e permite surgir o imprevisto de uma desordem luminosa que transforma o campo visual.
A artista acrescenta, como eu já disse, o que lhe é próprio, o sentido de suas gravações em ouro ou de suas perfurações no mármore, estabelecendo novos diálogos inesperados com a luz.

Continuidade no trabalho do alabastro, surpresas na combinação de matérias, a arte de Maria-Carmen Perlingeiro revigora nossa visão por meio dessas associações, pelos contrastes e pelas multiplicações das formas em jogo com a luz.

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