poética_
05 abr_1993 - 05 mai_1993
Os encontros e desencontros culturais estão sujeitos, como tudo mais, ao espaço e tempo históricos. Nenhuma obra nasce pronta, fora dessas coordenadas. Cada uma delas deseja e necessita intergrar-se às várias esferas de compreensibilidade públicas. Cabe ao juízo falível das ações humanas procurar integrá-las ao todo. Esta exposição, com seu caráter circunstancial, está entre duas pretensões distintas, sem que uma exista sem a outra: a liberdade especulativa e a autoridade cautelosa. Todo pensamento plástico, qualquer experiência dessa ordem, tem origem na possibilidade do indivíduo estabelecer nexos,
proximidades, relações. Sem isso, não haveria a medida da Arte. Teríamos ideologias da arte, religiões de arte, não a abertura para a disponibilidade radical do fenômeno artístico. Só a partir daí podem acontecer encontros reveladores, imprevisíveis, esclarecedores.
Do nosso ponto de vista propomos certos encontros. Alguns já notórios, outros nem tanto.
Chamamos a atenção para a presença plástica de algumas obras em ato na atualidade, agora. Por outro lado, naturalmente, reconhecemos o problema, o risco, até a ousadia eventual na manipulação de um material ainda, entre nós, tão injusta e precariamente dotado de realidade cultural. Assim, Poética 1 é, antes de tudo, um teste. Apenas um, entre
tantos possíveis e desejáveis.
Desse modo, à vontade em um laboratório, colocamos alguns reagentes conhecidos junto a outros menos familares, em situações pouco testadas. Devemos, atentamente, observar…
Projeto de Exposição:
Paulo Venâncio Filho
Ronaldo Brito
Waltercio Caldas