jorge guinle_mulheres
03 dez_1992 - 19 dez_1992
Se alguma coisa distinguia a angústia solar de Jorge Guinle era sua infinita capacidade de dizer sim – ele dirá sim a todos os impasses culturais, ao propalado esgotamento das series de linguagem e aos inevitáveis reveses existenciais, dispõe-se a enfrentá-los, virá-los pelo avesso até dissipá-los produtivamente. E porque parece nunca se cansar, não acha nunca a pintura cansada. A graça perene desses diminutos papéis, independente do valor histórico maior ou menor que se lhes venha a atribuir, está em propicar nosso reecontro súbito, inesperado, com um virtuosismo pictórico apto a celebrar a potência estética da vida atual.
( Extraído do texto Diário de vida, laboratório de arte) Ronaldo Brito