conversa contemporânea_

27 apr_2004 - 29 mai_2004

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Conversa Contemporânea concilia quatro técnicas diferentes e compatíveis em obras de uma mesma época, quando essa linguagem de trabalho era pouco assimilada.

 

Mira Schendel, com desenhos do início da década de 60 que guardam estreita relação com as pinturas em têmpera sobre tela e sobre juta que ela desenvolveu no mesmo período, o das “superfícies autônomas”.

 

Anna Maria Maiolino, com trabalhos de duas séries: “Desenhos Objetos”, de 1976, e “Projetos Construídos”. de 1972. Na trajetória da artista, essas obras representam o momento do abandono da figuração, quando passa a explorar a espacialidade do papel. Aqui, ela descobre o verso, o dentro, elemento que persiste em sua produção até hoje, e prenuncia a pesquisa do oco e do orgânico.

 

Carmela Gross comparece com duas obras da série “Carimbos-Linhas” e duas da série “Carimbo-Rabiscos”, que realizou no final da década de 1970. Além de linhas e rabiscos, a artista trabalhou então com carimbos de pinceladas e manchas, mínimas partículas do fazer

artístico, transformados em elementos mecanizados, como uma crítica à burocratização vigente.

 

Iole de Freitas apresenta conjuntos fotográficos marcantes na sua trajetória: “Glass Pieces, Life Slices”, de 1975, a lâmina que corta e que pontua a instalação com espelhos na qual o corpo só é dado a ver em pedaços; e “Faca na Água”, da década de 70, que traz o mesmo título do primeiro longa-metragem de Roman Polanski, de 1962, também o primeiro filme polonês pós-guerra a não usar a temática social como argumento.

 

Julia Leme

 

*Coletiva com os artistas Iole de Freitas, Mira Schendel, Anna Maria Maiolino e Carmela Gross