carlos cruz-diez_fisiocromias
02 jun_1987 - 03 jul_1987
Por que uma reflexão sobre a cor?
A maioria das pessoas, incluindo o meio
artístico, desde há muito tempo tem
institucionalizado uma só e única informação
sobre a cor na arte que se detém no
Impressionismo, em Matisse, Delaunay e em Albers.
Muitos são os que me dito:
“- a cor é para cobrir a forma…”
“- a cor só serve para fazer belas ou feias
combinações…”
“- a cor é banal…”
“- Na pintura a cor é um capítulo encerrado…”
Me parece sumamente estranho que vivendo
numa sociedade como a nossa,
“hiper-barrocamente-policroma”, ninguém se
inquieta em questionar o que se temha estabelecido
Cruz-Diez
Por que intervir na arquitetura?
Até que ponto existe uma relação coerente
entre o espaço criado artificialmente pelo
homem e o homem que o habita?
O espaço arquitetônico, conceitualmente é
estático e permanente, enquanto que a condição
do homem é evolutiva
Será por um razão que existem espaços tão
desagradáveis que nós suportamos, outros
que nem sequer notamos sua existência
e alguns que nos produzem um imenso prazer
sem saber por que?
Em muitas ocasiões eu tenho podido constatar que
um espaço se transforma na medida dos
acontecimentos que alí sucedem. Eles podem
ser deuma extrema sutileza ou de um grande impacto.
Mas o mais importante é o jeito o que ali
sucedem coisas no tempo e no espaço.
Se convertermos de uma maneira adequada um dos
planos limitantes deste espaço, arquitetônico
estático numa obra geradora de
“acontecimentos visuais” que evoluem ou se
transforma, é possível que se estabeleça outra
relação mais eficaz ou mais coerente entre
homem-espaço-habitat
Se considerarmos que a obra de arte, entre outras
coisas, é um “complexo mecanismo”de expressão-
comunicação-descobrimento-invenção, a rua,
o espaço arquitetônico e o habitat, podem
converter-se em suportes fundamentais para o
desenvolvimento da minha investigação artística, baseada nas
situações cromáticas que se desenvolvem no
tempo e no espaço.
Cruz-Diez
Texto tomado de Cruz Diez. “Mi reflexión sobre el color”
imagens da exposição
